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“O braço do meu violão empenou, e agora?” Descubra como resolver!

Se na hora de estudar, ou de fazer um som, você sente algum tipo de desconforto no braço do violão, pode ser que o seu instrumento esteja empenado. Mas fique tranquilo, amigo leitor. Essa situação é chata, mas não é o fim do mundo!

Músico toca em violão de aço e desempenado

Violão que não está empenado, não causa incomodo na hora de tocar (Foto: Reprodução/Freepik)

Neste post, te dou algumas coordenadas acerca dos procedimentos para resolver alguma possível empenamento. Não ofereço solução milagrosa, mas proponho o direcionamento ideal.

Bora lá conferir esse rolê?

Fatores que empenam o braço do violão

O braço tende [isso não é uma regra] a empenar a partir da 5ª casa em direção à pestana. Além do mais, o empenamento costuma acontecer pra frente e faz uma “barriga” entre as cordas e os trastes. Os fatores que empenam o braço de um violão são:

  • cola inadequada entre o braço e a escala
  • madeira em corte incorreto
  • mudanças bruscas no clima e na temperatura
  • calibre de cordas incorreto
  • posicionamento incorreto do violão

Como evitar que o braço do violão empene

Há várias maneiras de evitar esse problema! Em primeiro lugar, procure comprar um violão que tenha sido construído com madeiras de pelo menos 6 meses de maturação e outros 6 meses para secagem (cristalização) do verniz.

Lembre-se que a estante de apoio é para ser usada, de preferência, de maneira temporária, num palco ou durante uma aula, ou apresentação. O lugar de guardar seu violão é no estojo ou na capa. Além de ajudar a evitar que o violão se quebre ou estrague a pintura, esse procedimento evita a incidência de luz quente (incandescente) ou do sol, e protege da ação da poeira.

Violão com o corpo no sofá e braço sem encosto

Violão fora da capa e sem apoio no braço? Vai empenar, com toda certeza (Foto/Pexels)

Ah, também é bom evitar que o braço dele fique apoiado numa parede. Parece que não, mas isso pode fazer a madeira ceder com o próprio peso.

Como saber se o braço do violão está empenado?

É bem mais fácil do que você possa imaginar, amigo leitor. Há três formas eficientes para descobrir se o braço de um violão está empenado. Abaixo, você confere essas possibilidades de análises.

Coloque o instrumento na altura dos seus olhos e observe se o braço apresenta algum mínimo tipo de curvatura. Mantenha seu fiel amigo de seis cordas [ou de 12 ;)] virado para cima, como se ele fosse uma espécie de mira. Nessa posição, seu campo de visão cobre desde a ponte ou cavalete até a cabeça/mão do instrumento. Desta forma, será possível perceber a existência de algum abaulamento no braço.

Braço de violão empenado

O braço empenado deforma bastante o instrumento (Foto/Internet)

Outra forma de verificar se o braço do seu instrumento é ainda mais simples: pressione a 6ª corda na primeira casa e depois repita o procedimento na última. Na sequência, analise a distância que há entre a corda e escala na 9ª casa. A distância perfeita é a que comporte a passagem de um cartão de visitas. Caso a distância na 9ª casa esteja maior do que isso, segundo o Guitarpedia, são grandes as chances do violão estar empenado.

Você também pode saber se o braço do seu instrumento está empenado fazendo um procedimento mais técnico. Para isso, use uma régua e a apoie nos trastes com a intenção de detectar alguma diferença na distância entre o traste e as cordas. Faça isso ao longo do de todo braço do instrumento. A régua que for utilizar precisa começar no marco zero (0). Por sua vez, a distância entre o braço do instrumento e a corda deve ser por volta de 1mm (um milímetro).

O braço do violão empenou, e agora?

Se depois de realizar os testes acima você constatar que o braço do seu violão está empenado, o ideal é levar o instrumento para a análise de luthier, o profissional 100% capacitado para fazer quaisquer ajustes em um instrumento musical.

No entanto, não leve no primeiro cara que encontrar no Google. Peça indicações aos seus colegas músicos, pois, afinal, a intenção não é colocar seu violão nas mãos de um picareta.

Luthier trabalha no braço de um violão

O luthier é o profissional indicado para fazer ajustes no violão (Foto/Internet)

Uma vez no luthier, peça para ele deixar as ações das cordas do modo que for mais confortável para você. Saiba que cordas com ação baixa tendem a dar melhor sensação de conforto. Porém, as cordas com ação alta são menos ergonômicas, mas entregam uma sonoridade mais “forte”. A escolha é toda sua!

Posso eu mesmo ajustar o tensor do braço do violão?

Poder, até que pode. Mas vou te dar um conselho de amigo: só mexa no tensor se você realmente souber o que está fazendo. 

De acordo com o Blogmax, os procedimentos para desempenar um braço de violão são cirúrgicos. “Se o empenamento for leve, retiram-se os trastes e faz-se uma retífica da madeira da escala e a recolocação dos trastes. Já em um empenamento mais agudo, deve-se sacar a escala, desentortar o braço com direcionamento de calor e colar a escala novamente, seguida de nova colocação de trastes”.

Chave allen é usada para regular o tensor do braço do violão

Um único movimento errado no tensor pode causar consequências fatais no seu violão (Foto/Internet)

E tem também a questão do manuseio do tensor, um elemento importantíssimo da anatomia do violão de aço. Trata-se de uma peça de metal instalada na escala, por dentro do instrumento, e que percorre todo o braço do violão. Essa “pecinha” serve para ajustar o braço e, inclusive, resolve os casos de empenamento. Acontece, que um único movimento errado pode danificar o tensor! E se isso acontecer, o braço do instrumento terá que ser substituído.

Por essas e outras, se você não souber como regular o braço do instrumento, deixe que o luthier cuide do assunto.

Como cuidar melhor do violão

E já que você chegou até aqui, te aplico mais textos que te ajudarão a cuidar melhor do seu violão. Se liga na qualidade do conteúdo:

E agora é contigo, amigo violonista! Cuidando bem do violão, você terá um instrumento pra vida inteira!

Picture of Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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