Eu andava só por essa estrada Com o grito preso na garganta Com os olhos tensos na navalha Se me caçavam como um bicho no fundo dessa sala No fundo desse mundo Com os olhos rasos na navalha Com um arrepio no cabelo Com o aço preso na cintura Como um pássaro noturno, voando pela estrada Roendo o som eu calo Ouço os clarins da noite negra Acho e capturo o mal da noite Paro e me despeço do futuro De pó rodando nessa estrada O grito na garganta Os olhos na navalha O aço brilha no escuro Eu calo